Entrevista exclusiva do IOYK | BR com o Israel Dutra – SC, Brasil

ATUALIZADO Dezembro 17, 2020

Benvindo ao IOYK | BR Israel. É um prazer tê-lo aqui conosco.

Israel Dutra – Saudações musicais aos leitores do IOYK | BR e um abraço fraterno aos meus/minhas companheiros músicos e professores.

O violino é um dos instrumentos mais difíceis de tocar, de fato. Gostaria de comentar sobre sua historia ao redor da música?

Israel Dutra – Bem, pensar ou mesmo falar que é um dos instrumentos mais difíceis de tocar podem tornar muito intimidador o processo de aprendizagem. Tenho evitado essas afirmações. Por outro lado é bem verdade que para tocar uma melodia até mesmo simples demora um pouco mais do que, por exemplo, no piano, mas isso acontece porque são instrumentos que usam mecanismos diferentes para produzir som.

Enquanto no piano grande parte do som do instrumento vem de fábrica (me perdoem os pianista por ser tão reducionista) e as notas já estão afinadas esperando para serem tocadas, no violino o som precisa ser produzido e a afinação precisa ser desenvolvida de tal forma que toma um pouco mais de tempo no início. Não é uma exclusividade do violino. Outros instrumentos como viola, violoncelo, contrabaixo e mesmo instrumentos de sopro exigem um domínio da produção do som inicialmente.

Agora, respondendo a pergunta, eu diria que de certa forma o violino me escolheu. Soa poético , rsrs, mas é que na verdade eu não tinha ideia de que ia estudar violino até que por acaso essa oportunidade se apresentou. Eu devo em primeiro lugar aos meus pais e familiares o incentivo pelo estudo da música.

Recordo-me de uma foto onde bem pequeno já estava com um violão nos braços. Meu pai tocava. Já minha avó por parte de mãe me presenteou com uma gaita de boca e também me deixava tocar a dela. São memórias bem presentes. Nenhum deles são musicistas profissionais, mas a música estava presente de um modo ou de outro. O ambiente onde eu cresci para além das casas onde morei e escolas onde estudei fora a igreja. Por vontade própria não frequento mais, mas reconheço a importância dela na minha formação musical.

E as igrejas são notoriamente espaços onde existem ensino e prática musical há muitos séculos e seguem sendo o grande berço de milhões de músicos no Brasil e no mundo. Mesmo hoje ela se apresenta como alternativa a ausência de escolas ou conservatórios nas cidades interioranas, por exemplo. Isso está muito longe do ideal obrigando, dependendo dos objetivos, a migração de estudantes aos grandes centros urbanos em busca de mais formação e oportunidades.

Bem, não foi o meu caso. Eu cresci na cidade Florianópolis e na altura dos meus nove anos de idade minha mãe me matriculou em um curso de teoria musical promovido pela igreja que frequentávamos. Ficava no centro da cidade.

Eu não tinha muita ideia de qual instrumento iria de fato estudar até que primeiramente, acho que até pela preferência de minha mãe, apareceu a ideia do saxofone. O curso de teoria era parte de um projeto para criação de uma orquestra filarmônica e já não me lembro exatamente como foi, mas suponho que por uma questão de oferta e demanda eu fui acabar estudando violino junto com minha mãe. Na próxima resposta eu explico porque eu acho isso.

Qual é a importancia do violinista numa orquestra de música clássica?

Israel Dutra – Os instrumentos de cordas friccionadas (tocados com arco) compõem a base de uma orquestra e a seção de violinos é a mais numerosa entre todos os instrumentos. Talvez isso responda o fato de eu ir ter parado no violino.

Voltando a sua pergunta … O violino é o instrumento mais agudo na família das cordas e os violinistas estão divididos em dois grandes grupos os quais denominamos naipes. Em comparação a um coral esses dois naipes desempenhariam, à grosso modo, a função das sopranos e contraltos, ou seja, às vozes mais agudas. No total, das cordas temos o naipe do primeiro violino, do segundo violino, naipe da viola, do violoncelo e do contrabaixo.

O violinista dentro de uma orquestra cumpre o papel que a obra a ser executada lhe exige dentro das possibilidades do seu instrumento. Na maioria das vezes o violinista tem que somar seu som ao dos outros violinistas como se fosse uma só voz.

Isso exige bastante habilidade técnica, sensibilidade, atenção, entrosamento e horas de ensaio individual e coletivo. Já em outro contexto, na função de solista, é preciso fazer seu som se diferenciar, se destacar entre os demais para ganhar a atenção do ouvinte e é uma atividade tão ou mais exigente quanta a outra. Em linhas gerais é isso.

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Primeiro Canto A Tocaia – Rédea Solta

Você toca covers ou compõe faixas?

Israel Dutra – Já compus, mas não tenho nenhuma publicada até o momento. Por outro lado muitas vezes me dão a liberdade de criar o arranjo do violino nas participações que faço em composições de outros artistas.

Nomeie seus compositores favoritos.

Israel Dutra – Puxa, pergunta difícil de responder.

Cada vez que vou descobrindo novos vou aumentando a lista. Vou citar alguns nomes, mas tenho certeza que vou me arrepender de não ter citado esse/a ou aquele/a depois de ver essa entrevista publicada.

Aqui vai: Ali Primera, Alfredo Zitarrosa, Violeta Parra, Egberto Gismonti, Sivuca, Hermeto Pascoal, Carol Panesi, Nicolas Krassik, Ricardo Herz, Joe Satriani, Steve Vai, Yngwie Malmsteen, Jason Becker.

Se você tivesse que definir os sons de um violino, o que diria?

Israel Dutra – Muitas possibilidades. Ainda não conheço todos os limites.

Você toca ao vivo?

Israel Dutra – Sim, ao vivo, sozinho, em conjunto, em todo tipo de lugar, ocasião ou circunstância e sempre desafiando meus limites.

Você já ouviu falar da Camerata de Florianópolis, ne? O que você acha de misturar música clássica com outros gêneros?

Israel Dutra – Não só ouvi como já tive a satisfação assistir. Conheço também grande parte de seus integrantes alguns dos quais foram colegas de faculdade ou trabalhamos juntos em eventos ou outras orquestras por exemplo.

Quanto a misturar música clássica com outros gêneros eu diria que é algo muito bem vindo e com potencial de aproximar o público de obras tão antigas.

De que modo a gente pode entrar em contato?

Israel Dutra – Aqui vão algumas opções. Whatsapp segue sendo o principal meio, mas pode ser através de:

Telefone: (48) 9.9685-8540
Instagram: Perfil
Website: Page

Israel Dutra – Agradeço pelo convite, a atenção e o interesse do IOYK em conhecer e divulgar um pouco da minha história. E também aos leitores que porventura se interessaram por ler esta entrevista. Até uma próxima oportunidade o/

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