Mad Max: Estrada da Fúria – Resenha

Se você, assim como eu, pegou um pouco de ‘bode’ de Mad Max, só porque o filme levou mais da metade das indicações de Star Wars no Oscar de 2016, considere dar mais uma chance, e eu garanto que não vai se arrepender.

Foram no total seis estatuetas recebidas, de onze indicações, incluindo a de melhor filme. Esse feito deve ser levado em consideração, pois a academia costuma esnobar filmes desse gênero, que normalmente se contentam com no máximo duas indicações, em categorias de pouco prestígio.

Em um futuro pós-apocalíptico, ambientado em um enorme deserto no qual a Terra se transformou, aqueles que sobreviveram precisam lutar para conseguir o básico, como água e comida.

Logo conhecemos Max (Tom Hardy), que após ser capturado pelo tirano Immortal Joe (Hugh Keays-Byrne), aproveita de um caos na prisão para escapar. O caos foi criado por Furiosa (Charlize Theron), enquanto tentava libertar mulheres que eram mantidas como escravas sexuais.

Quando Immortal Joe percebe que suas “propriedades” haviam sido levadas, dá início a uma perseguição, e Furiosa e Max precisam cooperar para lidar juntos com essa situação, se quiserem sobreviver.

Apesar do protagonista ser Max, muito se comenta sobre a personagem Furiosa roubar a cena. O protagonismo e a força da mulher é algo muito presente, pois vemos que quem lidera toda a missão é a guerreira, e Max apenas segue suas ordens.

Por se tratar de um filme de ação, onde o foco é o entretenimento, o roteiro traz algumas questões reflexivas, mesmo que de maneira rasa. Como podemos ver em todo o esquema orquestrado pelo antagonista, que além de oprimir pessoas em situação de vulnerabilidade, trata as mulheres como objeto e mercadoria.

Além disso, o filme traz a representatividade de mulheres em filmes de ação, da mulher guerreira, forte e empoderada, que lidera missões, salva pessoas e luta pelo que acredita. Muito mais do que apenas o interesse romântico do protagonista.

O filme em si é muito bem executado. As cenas de perseguição com carros explodindo, são tão reais que nos faz prender a respiração. A valorização dos efeitos mecânicos deixa tudo mais real, fazendo com que o público acredite que aquilo está acontecendo de verdade.

Os personagens são muito bem trabalhados, com toda a sua complexidade e camadas. O roteiro não foca apenas no personagem principal, e desenvolve também os personagens secundários, dando espaço para que todos brilhem.

Por fim, não poderia deixar de falar sobre o figurino e a maquiagem, que acredito ser o ponto alto do filme. Todo o trabalho e os detalhes ajudaram a desenvolver melhor as histórias de cada personagem. Não é à toa que que o filme recebeu o Oscar de ‘Melhor Cabelo e Maquiagem’ e ‘Melhor Design de Produção’.

Vale a pena perder algumas horinhas para prestigiar o filme, seja pelo entretenimento, pela estética impecável, ou pelos personagens complexos e envolventes.

Fotografia (copyright): Roadshow Entertainment Warner Bros. Pictures Metro-Goldwyn-Mayer

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