Me chamo Antonio Tavares e sou ilustrador.
O desenho sempre fez parte de minha vida. Nascido na cidade de São Paulo, desde muito novo passava horas desenhando pessoas e animais nos mais variados estilos, inspirado por gibis da Turma da Mônica e desenhos animados da Disney.
Quando chegou a hora de escolher a faculdade, procurei algo que se aproximasse do desenho. Ingressei então na faculdade de Publicidade e Propaganda, que no final dos anos 90 parecia proporcionar uma carreira promissora. Ao terminar os estudos, fui trabalhar como Diretor de Arte em uma agência de Publicidade de São Paulo. Na correria do mundo do trabalho, acabei trocando o lápis pelo mouse, e o desenho acabou ficando de lado por um bom tempo.
Com 23 anos, fiz as malas e voei para a Europa. Desde criança era fascinado com o velho continente e sonhava em viver alguns anos da minha vida ali. Depois de alguns meses em Barcelona, aterrissei na bela Paris. Em alguns meses aprendi o idioma de Victor Hugo e logo comecei a trabalhar. O tempo passou e acabei morando 7 anos na cidade luz. Foi o período mais fascinante e enriquecedor de minha vida.
As saudades de casa e a pouca tolerância ao frio me fizeram voltar ao Brasil, no final de 2010. Continuei na área por mais alguns anos até que, poucos anos depois, e depois de haver trabalhado por 15 anos como Diretor de Arte, senti que queria algo mais. Meus últimos empregos haviam se tornado muito rotineiros e pouco criativos, e não sentia mais o coração vibrar. Assim, me despedi de meus colegas sem ter muito claro o que faria a seguir.
Foi nesse momento que comecei a pensar em trabalhar como ilustrador. Ainda não tinha claro em qual mercado gostaria de atuar, mas a ideia de passar horas por dia desenhando me parecia fascinante. Assim, fiz diversos cursos de ilustração, onde destaco a Illustration Academy, em Kansas City, onde tive aulas com alguns dos melhores ilustradores do Estados Unidos.
Estava animado com os estudos mas ainda não tinha claro qual direção seguir. Até que um dia, e meio que por acaso, assisti uma palestra de um ilustrador chamado Gilberto Lefèvre, que desenha storyboards. Gilberto dizia que essa era uma área com muita demanda e poucos profissionais qualificados. Interessado, fui atrás do artista, que me forneceu conselhos valiosos para entrar neste segmento.
Na sequência, comecei a enviar meus desenhos para produtoras de filmes publicitários e logo os primeiros trabalhos começaram a surgir. Os desenhos rápidos me conquistaram desde o início. Finalmente passava o dia todo desenhando! Trabalhei exclusivamente com storyboards por 7 anos, até que a pandemia do Coronavírus chegou. Com o mercado parado e muito tempo sobrando, aproveitei para fazer um balanço e repensar minha carreira. Gostava do lado dinâmico dos storyboards, mas também sentia falta de desenhar algo mais autoral.
Foi aí que tive a ideia de trabalhar com mapas ilustrados. Os mapas juntam muitas coisas que gosto: viagem, arquitetura, personagens históricos, natureza, culinária, cultura… tudo feito com um estilo gestual e muitas cores. Tenho atendido clientes como Moet Hennessy, MaltWhisky e La Fête du Sport.
Sigo desenhando storyboards, mas a cada dia me dedico mais aos mapas. Acredito que o caminho de cada ilustrador é único e que raramente seguimos uma linha reta. Novas áreas surgem a cada dia, e escolher uma delas pode parecer desafiador, mas meu conselho é ficar aberto e curioso e nunca deixar de se divertir.
Agradeço à revista IOYK pela oportunidade.
Fiquem à vontade para entrar em contato.