Revisão Histórica: Arte é coisa mental

Arte é coisa mental é um recorte histórico do que se acontecia na classe intelectual da Europa entre o século XV e XVI, passando por estudos e avanços tecnológicos e a valorização e reconhecimento da arte como representação da natureza. José de barros assunção avalia e compartilha seus pensamentos sobre como Leonardo da Vinci encarava suas atividades e sua postura sobre a Arte e Ciência, e como isso era essencialmente fruto de uma consciência que conduziu a ambas serem reconhecidas como semelhante.

Após passar por um período renascentista, Leonardo da Vinci tinha as ferramentas e os recursos necessários para produzir arte não mais como mero esforço repetitivo, mas sim com produto de uma reflexão da mente tornando isso uma atividade intelectual.

Essencialmente esse texto é sobre como a história de Da Vinci está relacionada a uma transição de pensamento que levaram as Artes e Ciências dessa época a ter um grande impacto nas áreas de conhecimento da sociedade ocidental. A presença visionária de Da Vinci que conseguia ser um homem de seu tempo e que a visão naturalista e humanista do período Renascentista estaria presente em sua personalidade.

Existia uma necessidade de se descrever os fenômenos físicos e de mundo com mensurações concretas, e partir de princípios de geometria e a percepção ótica. De certa maneira a perspectiva era uma espécie de união entre Arte e Ciência

Com isso percebemos como era possível perceber traços naturalistas em toda a época da renascença, que vem representar o modo com que a arte tinha um compromisso com seu esforço de descrever a realidade do mundo. Também tinha uma vontade de elevar o “status” da pintura para se igualar às demais artes.

Só não contavam que as demais artes seriam amadurecidas pelo período renascentista e colocadas lado a lado com a ciência para fortalecer o discurso de observação e experimentação como requisitos fundamentais para exercer a atividade de artista. Segundo Assunção Barros, ele entende que a arte passe de um momento em que era uma atividade artesã ou física para uma expressão mais científica do que seria arte, uma maneira mais intelectual de tratar do assunto e assim elevar a classe da profissão.

Da Vinci insistia em um sentido de completude onde a observação e experimentação eram essenciais para descrever de forma que a imitação mecânica da natureza passasse para imitação científica da natureza.

Nesse texto pudemos refletir melhor sobre a personalidade de Leonardo sob as análises do Assunção Barros que descreve essa transição que acontecia na Itália que vinha se modernizando e trazendo consigo todas essas personalidades do renascimento, que amadureciam sua forma de fazer e pensar artes. Para Leonardo a visão é apresentada a nós como nossa ferramenta para especular a natureza com o objetivo de adquirir conhecimento a partir da observação e experiência

Depois da leitura e discussão dessas reflexões sobre o pensamento de Da Vinci, de maneira mais pessoal eu compartilho até certa parte com a forma científica de enxergar a natureza, ainda mais quando se relaciona com a arte. Talvez eu veja que hoje não se existe a necessidade de entender a natureza como existia no século XV, e que a arte “pós-perspectiva” é muito abrangente e livre, sob diversas formas de expressão e realização. Isso graças a todo processo científico e sobre como o conhecimento foi se tornando cada vez mais especializado e acessível em todas as camadas.

A perspectiva sim, era o carro-chefe de da Vinci, pois com isso ele conseguia apresentar a seus colegas uma forma lógica de se enxergar a natureza, mesmo que muito de seus colegas e artistas fossem resistentes a esse tipo de pensamento.

Porém quanto mais se popularizou o uso da perspectiva em pinturas, trazendo sensações de profundidade e dinâmica dentro das imagens, foram também se afirmando os pensamentos naturalistas de Da Vinci e a arte cada vez mais ganhava espaço no quadro intelectual do ocidente italiano. Assim como seus esforços foram recompensados, muitos dos contraditórios a Da Vinci acabaram se beneficiando dessa nova forma de se valorizar arte, traduzindo um valor intelectual as atividades de artista.

Por fim, um recorte muito bom da história da arte, principalmente nesse momento fantástico que é o renascimento em Florença na Itália. Já Assunção Barros considera Da Vinci um precursor nas principais aspirações dos artistas que buscavam entender uma melhor maneira.

Fotografia: Davisco

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